As pessoas estão cada vez mais conectadas, principalmente com o uso de smartphones, seja acessando redes sociais, sites, e-commerces e jogos. Mas esse não é o problema, o problema é a quantidade de tempo online e quando isso se torna uma prioridade.
O vício em internet é um dos problemas de saúde mais atuais, que vem gerando muita preocupação com aumento de casos. Mas quais os sinais, consequências e o que fazer?
Continue a leitura e entenda!
A dependência digital
A dependência digital começa quando o uso da internet passa a ser prioridade, dominando o tempo da pessoa e se tornando uma espécie de fuga da realidade. Surgindo assim um comportamento mais crítico, com aumento de ansiedade, inquietação, com mudanças de humor, irritabilidade e até mesmo uma personalidade antissocial.
Alguns nomes que envolvem o vício em internet têm sido apresentados à sociedade, são nomes fortes e com muito significado, como a Nomofobia e Ciberviciado.
Ciberviciado – pessoa que passa muitas horas conectada à internet, em que esse uso excessivo é considerado um vício, transformando negativamente sua vida e seus relacionamentos.
Nomofobia – um transtorno psicológico que causa medo de ficar sem a tecnologia, como o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos.
O vício em internet já é comparado à dependência química, a diferença é que é comportamental, já a química envolve nicotina ou álcool, por exemplo.
Segundo o professor Mark Griffiths, da Universidade de Nottingham Trent, do Reino Unido, para ser caracterizado como vício o comportamento é mantido por pelo menos 6 meses, com: excesso, desculpas, mudanças de humor, abstinência, conflitos e recaídas.
Essa dependência digital tem preocupado muito psicólogos e psiquiatras, isso porque o ambiente virtual é capaz de estimular áreas de recompensa no cérebro, que apresentam a satisfação.
No Brasil cerca 30% das pessoas extrapolam no uso da internet e 5% são considerados dependentes digitais. Esse vício já é considerado pela saúde pública como um transtorno psiquiátrico (Distúrbio da Dependência em Internet – Internet Addiction Disorder). Segundo estatísticas esse distúrbio já afeta 8,2% da população mundial.
O diagnóstico é considerado difícil, pois diferenciar o normal do patológico leva um certo tempo e requer análise realizada por profissionais.
Critérios indicativos de dependência da internet
Muitas vezes passamos horas e horas na internet e embora o tempo que passamos conectados seja uma preocupação, esse não é o fator determinante para o vício, pois isso pode acontecer devido ao trabalho, estudos, formas de comunicação, acesso à informação.
Mas então o que caracteriza o vício? O principal critério para a possibilidade da existência do transtorno é quando o uso da internet se torna excessivo e acaba interferindo nas relações sociais, vida profissional e até a rotina do dia a dia.
Geralmente alguns sinais comportamentais caracterizam a dependência digital e para ser diagnosticado são necessários 5 deles dentro de um ano:
• Preocupação obsessiva em estar conectado
• Necessidade de aumentar o tempo conectado
• Irritabilidade, agressividade e isolamento
• Ansiedade e mau humor quando não consegue acesso à internet
• Esforços fracassados de diminuir o uso da internet
• Insônia e/ou poucas horas de sono
• Perder o controle de frequência e duração conectado na internet
• Diminuir a vida social e interatividade com família e amigos
• Priorizar a internet a outras atividades
• Mentir para as pessoas sobre a quantidade de horas conectado
• Usar a internet como refúgio diante dos problemas
• Deixar de frequentar lugares não oferecem Wi-fi
• Queda no rendimento escolar ou profissional, devido ao tempo online
• Isolamento social por passar mais tempo conectado
• Desinteresse em relacionamentos
Essas são características perceptíveis que vão causando efeitos e problemas de saúde tanto físicos como mentais.
Efeitos do vício em internet
Você já deve ter ouvido a expressão: “Tudo em excesso faz mal”, ou seja, o exagero é prejudicial, assim o uso da internet em excesso provoca consequências negativas, como:
• Baixa autoestima
• Sentimento de culpa
• Fadiga
• Procrastinação
• Depressão
• Estresse
• Fobia social
• Problemas financeiros (gastos em compras online ou perdas de trabalho)
• Irritabilidade e agressividade
• Síndrome dos olhos secos e outros problemas de visão (estar muito próximo às telas)
• Surdez temporária ou definitiva (som alto nos fones de ouvido)
• Dores de cabeça ou crises de enxaqueca
• Dores de coluna
• Dores nos dedos e articulações
• Síndrome de túnel de carpo
• Ganho ou perda significativa de peso
• Descuido com higiene pessoal
• Insônia ou má qualidade do sono
Esses efeitos podem ir surgindo e se agravando, por isso é importante considerar os riscos do excesso, que muitas vezes a pessoa demora a perceber ou mesmo se nega.
Redes sociais, jogos online e o impacto na saúde mental
Segundo estudo Status of Mind desenvolvido pela Sociedade Real para Saúde Pública do Reino Unido, o Instagram é considerado a pior rede social, focada na imagem, impacta muito sobre a saúde mental dos jovens.
Aspectos relacionados à ansiedade, depressão, solidão, bullying e insatisfação com a aparência e corpo. Assim o Insta teve a pior avaliação, com a alusão de expectativas irreais, aumentando o sentimento de comparação, insatisfação e tristeza.
Transtornos de ansiedade, depressão, transtornos obsessivos compulsivos, transtornos alimentares, fobia social e distúrbios do sono são associadas ao uso patológico da internet.
Tanto redes sociais, quanto jogos podem passar desapercebidos, como um lazer, isso na maioria dos casos ocorre com o público jovem que já nasceu tecnológico. Um ponto importante inclusive, é se atentar principalmente com as crianças. Não permita que elas usem internet sozinhas. Lembre-se de dar limites a elas tanto de conteúdo, como de tempo, evite a alienação ou mesmo o vício.
Terapia pode ajudar contra a dependência
Diante da dependência digital, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é mais utilizada, assim como em outros tipos de compulsão, em que o comportamento do indivíduo se torna prejudicial.
O Primeiro passo é a aceitação, a autoconscientização para dar início ao tratamento contra o vício. A partir daí é que a pessoa começa a entender sua dependência, gatilhos, vulnerabilidade, percebe as consequências e o quanto precisa de ajuda.
O segundo passo é buscar ajuda de um profissional, como médicos e psicólogos, que apresentarão o diagnóstico, visando identificar os pontos fracos, vulnerabilidades e motivações que podem ter relação com o vício.
Então com base nos dados obtidos o profissional indicará o tratamento adequado, podendo envolver a psicoterapia ou mesmo recomendando o uso de medicamentos.
Especialista
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Sou André Riemma, Psicólogo e Coach Nível Sênior com certificação internacional, com especialização em Terapia Cognitivo Comportamental e atuação na área há mais de 15 anos. Vamos conversar? Clique aqui!