De acordo com a última pesquisa da Organização Mundial da Saúde – OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil casos de suicídios em todo o mundo, somando aos episódios que não são notificados, estima-se que os números cheguem a 1 milhão de casos. No Brasil, os casos se aproximam de 14 mil por dia.
O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, mas o assunto deve ser abordado diariamente. Em 2022, o lema é “A vida é a melhor escolha!”. Todos nós precisamos atuar ativamente sobre a conscientização dessa causa para que as pessoas que estejam passando por uma situação difícil se sintam encorajadas a buscar ajuda.
Como reconhecer os sinais?
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo de forma consciente e intencional, cuja finalidade é a morte usando um meio que ele acredita ser letal. O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas.
Camila Menezes, psicóloga que atua na Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ressalta que a famosa frase “quem muito fala, não faz, apenas quer chamar atenção” é um mito e que é fundamental tratar de forma séria qualquer comunicação relacionada ao suicídio. Ela deixa claro, ainda, que nem sempre é possível identificar uma pessoa com ideação suicida, já que nem todas dão sinais.
Fique atento aos seguintes comportamentos:
• Fazer declarações como “Eu vou me matar”, “Eu gostaria de estar morto” ou “Eu queria não ter nascido”;
• Ausência ou abandono de planos futuros, desesperança;
• Obter os meios para tirar sua própria vida, como comprar uma arma ou estocar comprimidos;
• Isolar-se do contato social e querer ficar sozinho;
• Se mostrar muito preocupado com a morte ou a violência, embora o completo oposto também seja preocupante, como falar destes temas com desdém ou sarcasmos;
• Aumento ou mudança do padrão de uso de álcool ou drogas;
• Fazer coisas arriscadas autodestrutivas e perigosas.
• Dizer adeus às pessoas como se não fosse vê-las novamente.
Como a terapia pode auxiliar nesses casos?
Um dos principais fatores de combate ao suicídio é a adoção de medidas terapêuticas desenvolvidas através de ferramentas adequadas e aplicadas por profissionais de saúde mental. O suicídio é uma solução definitiva para um problema temporário. Através da terapia se pode acolher e fomentar a fala e a expressão de emoções e sentimentos, tão fundamentais para enraizar o equilíbrio mental e a qualidade de vida necessária.
Na grande maioria dos casos de suicídio, foi constatado que o cliente possuía algum tipo de transtorno mental. É importante que os psicólogos e demais profissionais da área da saúde estejam atentos, e que busquem um conhecimento mínimo para que possam encaminhar o paciente devidamente. Pois, "o suicídio em si não é uma doença, nem necessariamente a manifestação de uma doença, mas transtornos mentais constituem-se em um importante fator associado com o suicídio" (Organização Mundial de Saúde, 2000 p. 03).
No momento em que o profissional desconfia de que algo possa estar acontecendo, o cliente poderá ser abordado, surgindo a possibilidade do paciente falar de si mesmo, coisa que muitas vezes ele não consegue em seu cotidiano. Nesse diálogo, é importante que o ouvinte observe atentamente alguns aspectos do outro, tais como:
• Estado mental atual e pensamentos sobre suicídio;
• O quão próximo do ato a pessoa pode estar;
• Sua rede de apoio (amigos, família, etc.)
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