Assim como os adultos, crianças também passam por questões emocionais que podem afetar a qualidade de vida, e no caso delas, podem afetar até mesmo o desenvolvimento. Por isso é importante que pais e responsáveis saibam que crianças também precisam de terapia. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
Qual o papel da terapia?
Depois da pandemia o número de brasileiros que fazem terapia aumentou. De acordo com o Instituto FBS Pesquisa, de cada seis brasileiros que fazem terapia, seis começaram no meio da pandemia.
A terapia tem como função tratar incômodos psicológicos e emocionais. Existem diversas abordagens, cada uma voltada para questões emocionais específicas de acordo com a necessidade do paciente.
Não é preciso ter um determinado transtorno mental para procurar terapia, muitas vezes situações estressantes, ou até mesmo a necessidade de se conhecer melhor, alcançar sua potencialidade e ter mais qualidade de vida, são motivos válidos.
A terapia é um processo de longo prazo, pois não existe uma data definida de “alta” do tratamento. O profissional auxilia o paciente através de questionamentos, incentivos, análises comportamentais, além de dar abertura para o paciente falar sobre suas questões. É um espaço seguro e sem julgamentos.
Como funciona a terapia infantil
Um dos objetivos da terapia infantil é investigar o que de fato está acontecendo com a criança analisando seu comportamento.
Lembrando que crianças não se comunicam com a mesma clareza que nós, adultos. Elas não sabem denominar emoções ou explicar de forma assertiva algum trauma, por esse motivo o comportamento deve ser analisado. Os pais devem ficar atentos a:
• Mudanças bruscas de conduta;
• Grande timidez;
• Agressividade e rispidez;
• Problemas na aprendizagem;
• Hiperatividade;
• Regressão a alguma fase do desenvolvimento;
• Saúde lesada sem que haja causa biológica ou física;
• Manias, tiques ou fobias.
A psicoterapia infantil busca as melhores formas de se comunicar com as crianças. É um momento onde os pequenos podem refletir sobre si mesmos, seus sentimentos, suas chateações e entender o motivo de tudo isso.
Existem uma série de benefícios que podem ser observados em uma criança que faz terapia, como:
• Contato com as emoções;
• Melhor desempenho escolar;
• Menos ansiedade;
• Lidar com casos adversos;
• Autoestima.
Existe um momento ideal para procurar a terapia infantil?
Não existe uma idade mínima para a criança iniciar a terapia, geralmente essa escolha fica por conta dos pais que observam comportamentos que não são saudáveis.
Diversas situações podem ser traumáticas para as crianças, já que elas não têm maturidade emocional o suficiente para digerir certos acontecimentos, como:
• Separação dos pais;
• Falecimento de um parente próximo;
• Falecimento de animais de estimação;
• Parentes doentes e acamados;
• Acidentes;
• Violência doméstica;
• Doenças que envolvam hospitalização;
• Negligência;
• Abusos.
O papel dos pais no acompanhamento
Os pais também precisam se dedicar nesse processo, porque primeiramente, são eles que estabelecem um vínculo entre família e psicoterapeuta. Além de arcar com responsabilidades como pagamento, levar a criança ao consultório, trabalhar o reforço positivo sobre a terapia, etc.
Durante todo o processo terapêutico infantil, a participação dos pais é de extrema importância e pode ocorrer de diversas formas: entrevistas semanais, quinzenais ou mensais; com entrevistas com pai e mãe juntos; com entrevistas só com o pai ou só com a mãe, ou mesmo com outro familiar cujo vínculo seja significativo para o paciente; com atendimento conjunto da criança com ambos os pais, ou com um dos pais. Nada disso é pré-definido e existem muitas possibilidades que vão sendo construídas conjuntamente pelo terapeuta, pelo paciente e pelos pais.
É importante que os pais tenham a segurança de que a qualquer momento podem tirar dúvidas com o profissional, seja para esclarecimentos, pontuações ou recombinações. O psicólogo e a família são aliados no processo de desenvolvimento da criança.
Como escolher um profissional terapeuta?
Geralmente essa decisão é feita pelos pais, analisando os métodos utilizados de acordo com as necessidades da criança e queixas relatadas pelos pais.
Dentro da comunidade psicológica, existem algumas abordagens que são bastante exploradas, que funcionam de maneiras diferentes. Conheça alguns:
• Ludoterapia;
• Gestalt-terapia ;
• Psicanálise;
• Desenvolvimentista;
• Terapia cognitivo comportamental;
• Sistêmica.
Além disso, outros fatores como a localidade e o orçamento, podem também ser determinantes nesta escolha. Verificar as formações e certificados do profissional também são opções importantes para entender se ele está capacitado o suficiente.